7 de julho de 2023
Era uma tarde cinzenta, destas que ladram dos homens seus sonhos primordiais. Uma criança pega uma semente de abacate, com a escuridão do dia foge para uma ilha distante. A terra não é propícia, mas o pioneirismo é aceitável. Plantou, com o tempo, o abacateiro cresceu e começou a surgir os primeiros frutos. Enquanto os abacateiros estavam em flores, não existia nada. Era uma primavera solitária. Mas, num belo dia, sob os ares do espaço, um sabiá descobriu o abacateiro, o mesmo que não nasceu para os homens, mas para o pioneiro sabiá, talvez, porque, só poderia ser visto aos olhos dos voadores, nunca dos arrastadores. O abacate, o sabiá do espaço, o transformou em alimentos. O herói foi seguido pelos outros sabiás. Em pouco tempo, vários deles invadiram o abacateiro da ilha deserta. O menino egoísta que o havia semeado, o cortou. Os sabiás sumiram, tornando a ilha sem os sonhadores. Da madeira, fez-se um viveiro, onde, todos os dias, era servido um banquete, contemplado pelo menino, ao som da musicalidade dos sabiás. A rotina, fez com que os sabiás caíssem no ostracismo, o menino, no trabalho. Enquanto as aves produziam sonhos e perdiam a liberdade, o menino produzia alimentos e os perdia. Neste perde ganha, de sonhos e liberdade, só resta acreditar que devemos ser produtivos, para sermos reconhecidos.
Juarez Alvarenga – Coqueiral/MG
Ao assumir a presidência rotativa no Mercosul, Lula tenta defender a Venezuela que está suspensa desde 2017, por atos bárbaros praticados contra aquela população. Defender o indefensável gera muitas consequências na política externa. Montevidéu não aceita a submissão à Maduro como faz Lula. Ao dizer que não conhece os “ “pormenores “ do que ocorreu com María Corina Machado, lula passa recibo de quão é tolerante com os atos brutais com que Maduro trata seu povo. Países como Paraguai, Chile também sinalizaram o mesmo entendimento em relação à Venezuela. Além do constrangimento que lula causa aos demais países do bloco, ele mente em cadeia nacional ao dizer que em sua campanha adotou o mote “ ninguém larga a mão de ninguém”. Corremos o risco de ao final da gestão Lula, o Brasil ficar sozinho apoiando Maduro, cujo regime de governo é uma democracia, que prende, mata e tortura seus opositores.
Izabel Avallone – São Paulo/SP
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