Ézio Santos

PASSOS – A exemplo de grandes cidades do país, e até mesmo no interior de alguns estados, como Minas Gerais, em Passos, alguns donos de postos de combustíveis têm encontrado dificuldades em comprar combustíveis em geral, principalmente a gasolina e etanol, direto nas distribuidoras.

Apesar da dificuldade, empresários do ramo ouvidos pela Folha nesta terça-feira, 27, descartam a possibilidade de ocorrer falta no abastecimento de combustíveis.

Proprietários de postos afirmam que, quando há anúncio de aumento nos preços, distribuidoras costumam reduzir a oferta, motivadas pela previsão do reajuste.

“Eu mandei buscar 10 mil litros de gasolina, me entregaram cinco mil. Isso se tornou normal poucos dias antes do reajuste nas bombas”, comentou Sidmar Zaparole, dono do Posto Zap, da bandeira BR.

A partir de 1º de julho, o litro da gasolina deve ter um reajuste de R$ 0,22 por causa do retorno do PIS/Cofins e da Cide. No ano passado, o ex-presidente Jair Bolsonaro zerou as alíquotas dos tributos federais sobre a gasolina, etanol, diesel, biodiesel, gás natural e gás de cozinha. A medida terminou no dia 31 de dezembro de 2022.

Mas, no início deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu prorrogar por dois meses a desoneração dos impostos, prevendo a volta parcial da cobrança a partir de março para a gasolina e para o etanol e o retorno integral para os dois combustíveis a partir de 1º de julho.

Antes da desoneração, os tributos federais representavam R$ 0,69 por litro de gasolina. Em março, quando eles voltaram a incidir parcialmente sobre o combustível, a gasolina teve um aumento de R$ 0,47. Os outros R$ 0,22 só serão cobrados com o retorno integral dos tributos, no próximo mês.

O gerente Wesley Costa, das duas unidades do Auto Posto Carrão, em Passos, revendedor dos produtos BR, afirma que, dificilmente, deve faltar combustível na cidade e na região.

“As distribuidoras não estão sem os produtos. Apenas liberam 30%, no máximo 50% dos pedidos. Pode ter a certeza de que semana que tudo volta à normalidade, porque os preços provavelmente estarão reajustados aos consumidores”, disse.

Cerca de 80% dos postos de Passos buscam combustíveis em Ribeirão Preto (SP). Outros trazem de Paulínia (SP), Uberaba e Uberlândia e também de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte.