22 de abril de 2023
Das 129.432 unidades em 2022, 65,8% (85.180 unidades) são do antigo Casa Verde e Amarela./ Foto: Reprodução.
IMÓVEIS
De janeiro a dezembro de 2022, 156.730 imóveis novos foram vendidos no Brasil, de acordo com o indicador Abrainc-Fipe, que analisa as comercializações de 18 empresas associadas à Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE). O número corresponde 9,2% maior do que o registrado no ano anterior e o maior da série histórica iniciada em 2014.
De acordo com o estudo, o resultado foi impulsionado pelo segmento de imóveis de Médio e Alto Padrão (MAP). Foram 46.878 unidades comercializadas durante o período e um crescimento de 67,8% em relação ao ano anterior. Enquanto isso, o Minha Casa, Minha Vida (MCMV) foi no caminho contrário, registrando uma queda de 6,4% em relação a 2021, totalizando 105.826 unidades vendidas.
As incorporadoras analisadas pelo indicador lançaram 129.432 unidades em 2022, o segundo maior volume observado na série histórica. Deste total, 65,8% (85.180 unidades) são do antigo Casa Verde e Amarela (CVA) e 34,2% são de médio e grande porte – sendo 44.247 novas unidades. Enquanto isso, o valor médio dos imóveis novos vendidos subiu 10% e ficou em cerca de R$ 344,5 mil.
“Para que o setor siga nesse ritmo de crescimento em 2023 é necessário que o Banco Central realize medidas regulatórias para aumentar a oferta de crédito imobiliário disponível”, defende Luiz França, presidente da Abrainc.
“Isso pode ser feito com o aumento no percentual de recursos da Poupança, além de outros estímulos ao financiamento habitacional, como redução dos juros de crédito imobiliário no Imposto de Renda”, disse.
Os sinais de deterioração do ambiente macroeconômico – com juros, inflação e desemprego elevados – estão contaminando parte relevante do empresariado. No mercado imobiliário, 44% dos executivos do primeiro escalão acreditam que a economia brasileira estará pior nos próximos 12 meses, enquanto 41% acham que ficará igual e 15%, melhor. Na pesquisa do trimestre anterior, só 33% achavam que o cenário do País seria pior, enquanto 31% acreditavam em algo semelhante e 36%, melhor.
Os dados fazem parte de um levantamento realizado pela consultoria Bain a pedido do Global Real Estate Institute, com um total de 125 entrevistas. As expectativas para o desempenho do mercado imobiliário são mais otimistas, o que indica certa resiliência do setor. Faz sentido: enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil como um todo deve crescer perto de 0,5% em 2022, o PIB do setor da construção deve subir 2%.
A pesquisa mostrou que 48% dos entrevistados acreditam em um desempenho melhor do mercado imobiliário nos próximos 12 meses. Apesar de ser um número saudável, houve baixa em relação ao trimestre anterior, quando 59% contavam com melhora. Já os pessimistas passaram de 6% para 13%.
Na visão dos empresários, o segmento mais promissor é o residencial, de casas, apartamentos e loteamentos. Isso porque, apesar dos juros altos, ainda há demanda por moradia. Outra boa oportunidade está nos galpões logísticos que atendem o comércio online.