1 de abril de 2023
Na oitava rodada da fase de grupos, o Alviverde superou o Netuno por 1 x 0./ Foto: Reprodução.
Leonardo Pedro
PASSOS – Após sete anos, o Campeonato Paulista volta a receber uma final entre um time de pequena expressão contra um time grande do futebol brasileiro. Na tarde deste domingo, 2, às 16h, na Arena Barueri, Água Santa e Palmeiras protagonizam o primeiro confronto da final da 122ª edição do estadual do estado de São Paulo.
A última vez que dois clubes grandes não decidiram o título paulista foi em 2016, quando Santos e Audax brigaram pelo troféu. Após essa edição, vencida pelo Peixe, as finais tiveram os seguintes duelos: Corinthians x Ponte Preta, Corinthians x Palmeiras, Corinthians x São Paulo, Palmeiras x Corinthians, São Paulo x Palmeiras e Palmeiras x São Paulo.
Além da ausência de dois grandes na final deste ano, outro fato raro aconteceu nesta edição: apenas um deles alcançou a semifinal. Desde 1937, quando o Paulista passou a ser jogado por uma liga única, a última vez que três grandes ficaram de fora aconteceu há quase 40 anos, em 1985.
Na época, quem se beneficiou da ausência dos grandes rivais foi o São Paulo. O time dirigido por Cilinho, imortalizado com o apelido de “Menudos do Morumbi”, tinha em seu elenco jogadores como Gilmar Rinaldi, Oscar, Darío Pereyra, Falcão, Silas, Müller e Careca.
De lá para cá, ao menos dois grandes sempre marcaram presença nas semifinais do Paulistão, seja no formato tradicional ou em quadrangular. Vale lembrar que, em 2002, edição vencida pelo Ituano, os quatro principais clubes disputaram o Torneio Rio-São Paulo e não o Estadual, então tal temporada não entrou na pesquisa.
Na edição de 2014, o Campeonato Paulista teve o seu último clube pequeno campeão: o Ituano. Naquele ano, o Rubro-negro de Itu se classificou para o mata em segundo do seu grupo, com oito vitórias, quatro empates e três derrotas. O caminho até a final foi: Botafogo-SP (0 x 0 – pênaltis) e Palmeiras (1 x 0). Na grande decisão, superou o Santos nos pênaltis, após vencer por 1 x 0 na ida e perder pelo menos placar na volta. Dois anos depois, a equipe do interior paulista repetiria a final, mas perderia o título para o Peixe.
Considerado o torneio estadual mais disputado, o Paulistão registra 18 diferentes clubes campeões, sendo o maior número entre os grandes estaduais. Para comparação, o Campeonato Mineiro soma apenas sete campeões (Atlético, Cruzeiro, América, Villa Nova, Siderúrgica, Ipatinga e Caldense) e o Carioca oito (Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo, América, Bangu, São Cristóvão e Paysandu).
Porém, dos 18 vencedores do Paulistão, apenas cinco são clubes fundados fora da capital. São eles: Santos, Ituano, São Caetano, Inter de Limeira e Bragantino. Os outros 13 campeões são da capital: Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Portuguesa, São Paulo Athletic, Germânia, S.C.Americano, São Bento, Internacional-SP, Albion, Juventus, Paulistano e A.A.das Palmeiras (esses dois últimos deram origem ao São Paulo FC).
Invicto na competição, com dez vitórias e quatro empates, o Palmeiras de Abel Ferreira deve repetir a escalação que venceu o Ituano na semifinal. O Alviverde formou com: Weverton; Marcos Rocha, Gustavo Gómez, Murilo e Piquerez; Menino, Zé Rafael e Veiga; Bruno Tabata, Dudu e Rony.
Já a equipe de Diadema, do técnico Thiago Carpini, soma sete vitórias, quatro empates e três derrotas, e deve formar com: Ygor Vinhas; Reginaldo, Joilson, Didi e Gabriel Souza; Thiago Beserra, Luan Dias e Igor Henrique; Lucas Tocantins, Bruno Xavier e Bruno Mezenga.
Caso vença hoje e mantenha a vantagem na volta, ou vença nos pênaltis, o Palmeiras alcança o terceiro bicampeonato (1926-27 e 1993-94).