10 de março de 2023
FOTO: REPRODUÇÃO
Paulo Natir
Conversão pessoal e comunitária
A maré não está para peixe. As perspectivas não são boas. O pulso não resiste. As pessoas simplesmente adoecem e morrem. Vidas e mais vidas se vão. Independente de classe social. O óbito é confirmado. Em meio a escombros precisamos de muita força e oração para viver.
Mal saímos de uma brutal e mortal pandemia e já estamos sofrendo muito com um terrível surto de dengue. Só Deus na causa. A oração é o principal remédio. Que o Senhor Bom Jesus nos abençoe!
O calendário litúrgico nos lembra que estamos no período da quaresma. Tempo propício ao jejum, a oração e a esmola – condições básicas para nossa conversão e para atitudes novas. A quaresma nos prepara para a grande celebração do Ministério Pascal de Cristo: sua paixão, morte e ressureição. É a hora exata para realizarmos uma reflexão mais aprofundada sobre a nossa vida espiritual, para nos arrependermos de nossos pecados e nos reaproximarmos da graça de Deus.
Em recente artigo intitulado “A volta à unidade com Deus e com a própria consciência” publicado no site Vatican News, o padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça, da diocese de Nova Friburgo, nos fala que o afastamento de Deus, a falta de oração, a vaidade, a confiança demasiada nas próprias forças e capacidade, a frieza e a indiferença ao projeto de Deus.
Tudo isso faz com que nos percamos em nossos próprios planos e interesses e coloquemos pouco a pouco a Palavra de Deus em segundo lugar. “Aí servimos não mais ao Senhor, mas a nós mesmo. Sem a referência da verdade de Deus, nos desfiguramos, desintegramos nossa personalidade, quebramos a nossa integridade, desrespeitamos a nossa integridade e violamos a nossa própria consciência”, observou o conceituado religioso.
Luiz Cláudio nos lembra que é preciso voltar a comunhão com Deus com humildade, pela entrega na oração, agradecendo pelos dons e capacidades, bebendo da misericórdia divina, harmonizando o coração, reequilibrando a razão interior para ser um verdadeiro discípulo e missionário, com a dignidade de filhos de Deus, reluzente, com uma só face, na paz de quem segue o Mestre que é o Caminho, Verdade e Vida. Peçamos perdão ao Senhor por nos afastarmos da sua luz e nos enfraquecermos. Por nos distanciarmos da sua força e nos enchermos de trevas e confusão. Por nos desintegramos, sem a sua verdade, enchendo-nos de mentiras e justificativas para nossas vaidades.”
Padre Luiz Cláudio nos lembra ainda que quando fechamos a Deus perdemos nossa referência ética, nos escravizamos ao nosso próprio egoísmo e queremos virar o centro de tudo, relativizando os princípios morais, conforme a nossa conveniência. Isto, é claro, nos afasta também dos outros. Pois, sem vermos Deus como Pai, já não os vemos como irmãos, mas simplesmente como “concorrentes” que devem ser derrotados. Ou por nos sentirmos maiores ou menores, os vemos apenas como peças manipuladas para o aumento do nosso poder, do nosso prazer ou nosso dinheiro”, analisou o padre carioca.
Em um texto repleto de amor, o religioso ora para possamos mostrar a Deus que queremos voltar a unidade com nossos irmãos, na solidariedade, no amor fraterno que nos leva a uma autentica opção preferencial pelos mais pobres e o abandono de todas vaidades e ambições. “Queremos ser discípulos missionários, despojados de toda ilusão do poder, de toda embriagues dos prazeres e de todo apego ao dinheiro.
Queremos compreender os valores de cada cultura, de cada irmão, com a humildade e a compaixão de Cristo, aproveitando de cada realidade as sementes divinas espalhadas na sabedoria da criação, livres de toda soberba, preconceito ou sentimento de superioridade em relação aos outros”, concluiu com muita sabedoria o religioso.
PS – Para mandar um forte abraço ao amigo Fernando Mattar que nos últimos dias infelizmente sofreu duas grandes perdas. Primeiro morreu sua tia Maria Neuza – viúva do querido ex-prefeito Elzo Calixto Mattar. Já no domingo Fernando perdeu sua jovem esposa Janice Maia. Que Jesus em sua infinita misericórdia traga o consolo para você e para toda Família. Fiquem todos com Deus!
PAULO NATIR é Jornalista