BELO HORIZONTE – Após 44 dias de ações integradas de segurança pública com foco no combate à violência contra a mulher, a Operação Shamar, prendeu 939 pessoas e atendeu 8,7 mil em Minas, segundo informações do governo do estado.
Em balanço das atividades em todo o país, Minas Gerais registrou números importantes, ocupando, em alguns quesitos, o primeiro lugar no ranking de produtividade.
De acordo com o governo mineiro, no estado, 939 pessoas envolvidas em ações de violência doméstica foram presas, 92 mandados de prisão foram cumpridos contra autores desse tipo de violência e 8.725 vítimas foram atendidas. Durante as abordagens também foram apreendidas 84 armas brancas e 120 armas de fogo.
A operação abrangeu os 853 municípios de Minas Gerais, um efetivo de 2.128 policiais e 890 viaturas. As atividades aconteceram entre 1º de agosto e 14 de setembro. Nesse período, 953 denúncias foram apuradas, 469 medidas cautelares foram expedidas, 4.490 inquéritos policiais foram abertos e outros 4.196 concluídos, além da condução de 3.916 suspeitos à delegacia.
No ranking nacional relacionado a ações educativas da Shamar, Minas ficou com dois primeiros lugares. O Estado foi responsável por 50% das ações de orientação e panfletagem sobre o tema, com 8.403 atividades das 16.457 realizadas em todo o país. Também foram realizadas 1.523 palestras em escolas e espaços públicos de Minas, o que representa 32,5% do total realizado no Brasil.
Algumas das ações educativas tiveram ampla repercussão, como a distribuição de material informativo e orientação sobre denúncias na Estação Vilarinho e Festival Sarará, em Belo Horizonte; no Posto da PRF na BR-381, em Sabará; e no centro de Montes Claros, na região Norte.
O superintendente de Integração e Planejamento Operacional da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) de Minas Gerais, Bernardo Naves, analisou os resultados e destacou a importância da Operação Shamar.
“Os números evidenciam a prioridade que o Governo de Minas e as instituições dão para o assunto. Conseguimos ver que é um problema que persiste e a prioridade precisa ser mantida. Minas Gerais ainda tem números altos de violência doméstica, mas também impressiona pelo trabalho feito pelas forças”, afirmou.
Já o diretor de de Planejamento Integrado da Sejusp, Alexis Pedra, comemorou o sucesso das ações e assegurou o comprometimento das instituições para além da operação. “A operação Shamar pode ter chegado ao seu fim, mas a luta pela igualdade e segurança das mulheres continua com determinação renovada”, destacou.
A Operação Shamar em Minas Gerais foi coordenada pela Sejusp, em parceria com a Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal, Guardas Municipais de Belo Horizonte e de Montes Claros, Corpo de Bombeiros Militar, Defensoria Pública, Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil, Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedese), Polícia Penal, Sistema Socioeducativo e Política de Prevenção Social à Criminalidade.
Resultado nacional
No país, a operação alcançou 4.343 municípios, atendeu 86.449 mulheres, apurou 12.310 denúncias, instaurou 37.357 inquéritos policiais e concluiu outros 34.840. Foram concedidas 3.258 medidas cautelares a vítimas de violência e 1.111 acompanhamentos para retirada de pertences pessoais. A Shamar também teve um impacto significativo no sistema de Justiça, que encaminhou judicialmente 363 casos no país, sendo 16 em Minas Gerais.
Durante os atendimentos às vítimas, a operação apreendeu 677 armas brancas, 343 armas de fogo, 2.758 munições, 137 kg de maconha e 17,4 kg de cocaína, o que também demonstrou esforço significativo no combate ao tráfico de drogas e à posse ilegal de armas.