PASSOS – O primeiro Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) realizado em 2024 apontava que 10 dos 27 municípios da região apresentavam risco de surto para doenças como a dengue, chikungunya e zika no início do ano.
Nove cidades foram classificadas em estado de alerta e, em sete, a situação foi considerada satisfatória. O levantamento foi realizado entre os dias 8 e 27 de janeiro e Guapé ficou de fora da pesquisa.
O LIRAa permite o conhecimento de forma rápida, por amostragem, da quantidade de imóveis com a presença de recipientes com larvas do mosquito.
Nas 10 cidades com risco de surto, os Índices de Infestação Predial (IIP) ficaram acima de 3,9. Em Piumhi, o IIP chegou a 10,9, o mais alto da região. Cássia, com IIP de 8,5, aparece em segundo lugar, seguida por São Sebastião do Paraíso (7,1), Capitólio (7), São José da Barra (5,8), Bom Jesus da Penha e Pimenta, ambas com 5,7, Monte Santo de Minas (5,5), São Roque de Minas (4,6) e Alpinópolis 4).
Em Carmo do Rio Claro, Claraval, Doresópolis, Fortaleza de Minas, Ibiraci, Itamogi, Jacuí, Nova Resende e Passos os índices ficaram entre 1 e 3,9, o que representa situação de alerta. Capitólio, Delfinópolis, Itaú de Minas, Pratápolis, São João Batista do Glória, São Tomás de Aquino e Vargem Bonita apresentaram índices considerados satisfatórios. Em Vargem Bonita, o LIRAa teve o menor IIP da região, de 0,6.
De acordo com informações da Secretaria de Estado de Saúde (SES), o primeiro LIRAa de 2024 foi realizado em 808 dos 853 municípios mineiros. A pesquisa aponta que 137 apresentaram IIP igual ou menor que 0,9, sendo classificados como satisfatórios e em baixo risco de transmissão de dengue. Em 366 municípios os índices estavam em situação de alerta e, em 305, em risco elevado para a transmissão das doenças.
O subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Prosdoscimi, destaca que a maior parte dos focos do mosquito estão dentro de residências, em recipientes como vasos de plantas e pratinhos, além de áreas externas onde itens acumulados podem gerar água parada. Ele reitera a importância da participação ativa da população no combate ao Aedes aegypti.
“Chamamos mais uma vez a atenção para a necessidade de cada mineiro fazer o seu papel em favor da saúde coletiva e individual. Precisamos eliminar os focos de água parada dentro das residências, calhas e pratinhos, deixar de acumular itens como pneus e monitorar bem as nossas piscinas e caixas d’água, para eliminarmos os focos dos mosquitos causadores de dengue, zika e chikungunya”, alerta.
Prosdoscimi enfatiza que o monitoramento e controle do vetor devem ser realizados de forma contínua, com ações preventivas intensificadas durante o período sazonal das arboviroses, quando as condições climáticas favorecem a reprodução do mosquito.
Segundo a SES, os dados do LIRAa permitem identificar os locais e os tipos de recipientes onde o mosquito se prolifera, o que é essencial para direcionar as ações de combate ao vetor. Por exemplo, os depósitos móveis, como vasos de plantas e frascos, foram os mais frequentemente infestados, seguidos por lixo, sucata e entulho.
Em janeiro de 2024, permaneceu mais frequente (34,9%) a infestação dos depósitos móveis (vasos, frascos e pratinhos de plantas, bebedouros, recipientes de degelo das geladeiras etc.), semelhante aos quatro levantamentos realizados em 2023.
Lixo, sucata e entulho ocuparam a segunda colocação entre os recipientes mais infestados em janeiro de 2024 (25%), assim como visto nos levantamentos feitos em janeiro, maio e outubro de 2023.
Os depósitos utilizados no armazenamento de água para consumo humano ao nível do solo (tonel, tambor, barril, filtro etc.) apareceram em terceiro lugar (17,5%) entre os mais infestados, assim como foi observado em 2023. Pneus e outros materiais rodantes ocuparam a quarta posição (10%), seguidos dos depósitos fixos (tanques em obras, borracharia ou horta, calhas, lajes, sanitários, piscinas, ralos etc.) com 9%.
Nas últimas colocações, apareceram os depósitos de água elevados ligados à rede pública ou a sistemas de captação (caixa d´água, tambor, depósitos de alvenaria etc.) e os depósitos naturais (bromélias, ocos de árvores e de rochas etc.) com 2,0% e 1,6%, respectivamente.